quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Aleatoriedades II

Passei só pra dizer que sinto saudades também, que continuo guardando dores como eu fazia há quatro anos. Que me espanta te ver de cabelos longos com o teu rapaz e ter medo de te abraçar e contar dos planos. Te contar que não foi só dos blogs que desapeguei, infelizmente. Me espanta você ter estado tão próxima durante alguns minutos e não termos dito quase nada. A nostalgia bate de vez em quando, mas é necessário que o tempo passe, que nos faça crescer e aprender a superar as dores, e guardá-las sem mágoa. Passei só pra dizer que sinto saudades também. Apesar de não parecer.

domingo, 5 de junho de 2011

aleatoriedades I.

não sei porque depois de tanto tempo, resolvi aparecer. já que eu nunca apareci. talvez porque hoje estava olhando os antigos blogs de pessoas que eram queridas e hoje nem sei quem são. algumas, não faço a mínima ideia de como vieram parar ali do lado direito. só sei que foram importantes. e por terem sido, ainda são. não tem pra onde correr. meu desespero para guardar o tempo naquela época, nem existe mais. os tempos são guardados por si só, não preciso fazer nenhum esforço. movimento involuntário de poesias diárias, se é que assim, pode ser chamado.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O homem que se deixava roubar

Existiu nesse planeta um João de Tal. Era franzino e tinha cheiro ruím. Era de muitas ganâncias e poucas alegrias. Era de se esparramar nas superfícies, mas não conseguia ir muito fundo. Era um homem de muitas caras e amores perdidos.

Num bolso, guardava suas pretensões e sonhos, no outro, escondia o seu vazio doloroso, resquícios dos roubos que fazia de si mesmo. Vivia de lembranças da época em que ele era feliz, mas sua visão falha o impedia de enxergar seu próprio sorriso no espelho. Ninguém sabe ao certo se ele enxergava.

João de Tal tinha mil e um amigos, mas deixou seu egoísmo roubá-los de si.
João de Tal tinha uma família até bem acolhedora, mas deixou sua ganância roubar-lhe a ligação com seus parentes.
João de Tal tinha perspicácia e inteligência, mas ninguém sabe onde elas se esconderam.

Um dia, João de Tal, se tocando de que estava vazio de si, resolveu acusar as pessoas ao seu redor dos roubos que ele mesmo tinha se feito. É claro que elas ficaram desconfortáveis com a situação, e, até mesmo tristes e cada um foi buscar um abraço gostoso com seus amigos e amores.

João de Tal, com sua visão falha, não conseguiu enxergar o mal que plantava a si mesmo. Não conseguiu entender que a culpa que ele jogou para o mundo estava alojada lá dentro. João de Tal sentia vontade de chorar, mas não via por quê. Ele se deixou roubar a própria coragem de permanecer vivo, morreu sem saber.

domingo, 1 de maio de 2011

Atualize, antes que seja tarde demais. (Sobre blogs)

Passei uns trinta e poucos dias esquecendo do blog. No fim de um domingo tranquilo, tenho a ideia de acessar a conta do blog, com um e-mail antigo do yahoo, mas logotipo da google. Clico enter. Vem à minha tela a mensagem: "atualize sua conta, antes que seja tarde demais". Mantive a senha e o e-mail.
Esse foi um dos poucos momentos em que me senti uma velha, lembrando daquele e-mail engraçado que fiz quando ainda era adolescente. Dos amores que eu fantasiava em sala de aula e em salas de bate papo (nos meus 13 anos as salas de bate papo não se resumiam a sexo), dos meus mil e um sonhos com Che Guevara e alguns cabeludos do rock. Quando eu tinha tempo para olhar a janela na madrugada sem saber apontar para a tristeza, mas ao mesmo tempo feliz por pensar em mim, ou nas estrelas.
Eu era feliz e sabia. Eu era infeliz e sabia. Eu sabia, mas não sabia.
Estive lendo uns blogs abandonados e me perguntando sobre os blogueiros. Senti aquela pontadinha de aflição. Vim aqui e pronto. Atualizei.
Para o domingo, agora é tarde demais. Mas para a segunda... ainda é cedo.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Quando o amor não está escrito nas estrelas.

- Gosto dele. Até poderíamos dar certo, mas hoje descobri que nossos signos não combinam

(...)

Pena de quem se deixa levar por uns e outros que se dizem saber dos astros e nem desconfia que a gente existe. As estrelas do meu céu são minhas, e esse céu quem pintou fui eu.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Ah... mas você pensa demais...

E esse é o problema.

(...)

É também o problema dos rebeldes, dos adolescentes, dos apaixonados, dos inseguros. Há sempre quem pense que a idéia é ruim, que o salto não é bom, que aquele é de confiança e que o feijão com arroz é básico demais.

Haverá sempre um moleque para pensar no que ninguém pensa, um frustrado para pensar que a culpa é dele, uma menina para pensar que é triste, a namorada para pensar que ele não está mais gostando dela, a mãe para pensar que os filhos estão transando em cantos escuros da cidade(e sem preservativo), o vestibulando jovem para pensar que sabe de tudo, um ativista chato para pensar que pode mudar o mundo, um alternativo para pensar que é diferente...

Às vezes, até que é tentador pensar que o "penso" é torto, mas... imagine o que seria da nossa teledramarturgia cotidiana tendo contato direto com a reta verdade. Já ouvi alguém dizendo que a vida é de altos e baixos, contudo, nunca ouvi um indivíduo dizer que a vida é uma linha reta. Reta é a leitura sem interpretação, é a imagem emitida por um coração que não bate, é o caminho mais curto de se chegar ao topo (não necessariamente o mais justo).

Portanto, Pensemos! Porque, afinal, o penso é maravilhosamente torto.

domingo, 14 de novembro de 2010

Para chatear os imbecis

- Mas já acabou? A gente nem começou a viver direito! Você é louca, nunca lhe entendi o bastante. Pensava até que era charme, mas é frescura, daquelas incrivelmente irritantes que só as mulheres conseguem ter. Não gostou do meu tênis? Problema no meu perfume? Fala, pô! Acha que eu tenho pouca grana? Mas eu te pago tudo, pagaria até seus beijos se você quisesse... Sem mais nem menos você termina tudo dizendo que eu sei o motivo. Eu não entendo nada, eu não sei, me explica? Tá me chamando de bobo, de infantil. Infantil é você! Para quê isso? Dá para falar minha língua?

(Silêncio)

- Isso é porque eu vivo como num filme. Estou vivendo o terceiro ato, você ainda nem ensaiou o primeiro.