sábado, 27 de fevereiro de 2010

O que te importa, exporta?

O que realmente importa nessa vida? Me importo com tantas coisas que vão se "desimportando" com o passar dos dias... Aí vem o tal de tempo trazendo novas importâncias que se vão da mesma forma que vieram. Meu erro é cair na armadilha de levar tão a sério as "desimportantes importâncias".
Busco algo ainda indeterminado, como necessito da busca, vou transferindo-a para as minhas atuais importâncias, que posteriormente vai ser passada para as futuras importâncias e assim sucessivamente até que eu ache uma forma, além do meu natural, de permanecer em calma, de cansar de buscar pelo indeterminado, atingir um caos interior no qual nada mais me importe.
Não falo em ligar o "foda-se" ou deixar tudo pro ar. O caos interior seria um estágio de vida aparentemente comum - acordar, ver um jornal, sentir vontade de ler um livro, amar, sentir sono, trabalhar, enfim. Porém, com a condição de não mais se abalar pelo indeterminado. De estar tão pleno de confusões, colisões e vida, que o indeterminado possa ser rebaixado ao vagão das desimportâncias. Vivendo assim, sem nada mais para me importar, terei o caminho livre para me exportar, para ser maior que o meu próprio corpo em eterno abalo, tão intenso e magnífico a ponto de atenuar todo e qualquer sismo.
Não sei ainda se quero alcançar o caos interior, pode ser que um dia eu até me esqueça dessa idéia, pode ser que ela permaneça como um antigo querer de criança, até lembro que desejava morar numa casa na árvore. Continuo desejando. Mas essa história eu posso contar na próxima, quando ela estiver importando para mim, ou talvez quando estiver cultuando meu caos interior numa dessas casas de árvores...